terça-feira, 3 de junho de 2008

LULA DEFENDE ETANOL E CULPA PETRÓLEO E SUBSÍDIOS POR CRISE DOS ALIMENTOS

Em discurso na Conferência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), nesta terça-feira (3) em Roma, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a produção brasileira de etanol e criticou os países que atribuem ao Brasil e às plantações de cana-de-açúcar a responsabilidade pela crise nos alimentos no mundo.
"Esse comportamento não é neutro nem desinteressado. Os biocombustíveis não são os vilões. Vejo com indignação que muitos dos dedos que apontam contra a energia limpa dos biocombustíveis estão sujos de óleo e carvão. muitos dos que responsabilizam o etanol – inclusive o etanol da cana-de-açúcar – pelo alto preço dos alimentos são os mesmos que há décadas mantêm políticas protecionistas, em prejuízo dos agricultores dos países mais pobres e dos consumidores de todo o mundo", criticou o presidente. Diante de vários chefes de Estado e de Governo presentes ao evento, o presidente criticou o "intolerável protecionismo que atrofia e desorganiza" a produção agrícola dos países pobres. "Os subsídios criam dependência, desmantelam estruturas produtivas inteiras, geram fome e pobreza onde poderia haver prosperidade. Já passou da hora de eliminá-los", disse, segundo a Agência Brasil. "É indispensável afastar a cortina de fumaça lançada por lobbies poderosos que pretendem atribuir à produção do etanol a responsabilidade pela recente inflação do preço dos alimentos".



'Etanol é como colesterol'
Lula selecionou fatos brasileiros para responder às acusações de que o programa de etanol brasileiro diminuiu a produção de grãos e pode invadir as áreas de mata da Amazônia. Lembrou dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, para não usar dados brasileiros, mostrando que toda a cana-de-açúcar brasileira está concentrada em apenas 2% da sua área agrícola e apenas a metade é usado para etanol. O restante é usado em açúcar.

"Há críticos ainda que apelam para um argumento sem pé nem cabeça: os canaviais no Brasil estariam invadindo a Amazônia. Quem fala uma bobagem dessas não conhece o Brasil", criticou.

"A Região Norte, onde fica quase toda a Floresta Amazônica, tem apenas 21 mil hectares de cana, o equivalente a 0,3% da área total dos canaviais do Brasil. Ou seja, 99,7% da cana está a pelo menos 2 mil quilômetros da Floresta Amazônica. Isso é, a distância entre nossos canaviais e a Amazônia é a mesma que existe entre o Vaticano e o Kremlin. Em suma, o etanol de cana no Brasil não agride a Amazônia, não tira terra da produção de alimentos, nem diminui a oferta de comida na mesa dos brasileiros e dos povos do mundo".

Lula, no entanto, se uniu às críticas ao etanol americano, feito de milho, e que tem sido apontado como o possível maior vilão da alta de preços, já que tem sido desviado da produção alimentar para os combustíveis. "É evidente que o etanol do milho só consegue competir com o etanol de cana quando é anabolizado por subsídios e protegido por barreiras tarifárias".

"O etanol da cana gera 8,3 vezes mais energia renovável do que a energia fóssil empregada na sua produção. Já o etanol do milho gera apenas uma vez e meia a energia que consome. É por isso que há quem diga que o etanol é como o colesterol. Há o bom etanol e o mau etanol. O bom etanol ajuda a despoluir o planeta e é competitivo. O mau etanol depende das gorduras dos subsídios".

Petróleo
Lula também disse que considera que entre os fatores que influenciam a alta espetacular dos preços dos alimentos está o elevado preço do petróleo, que passou de US$ 30 a US$ 130 em pouco tempo. O presidente reclamou daqueles que falam da alta dos alimentos, mas não discutem o preço do petróleo, que seria responsável por 30% do custo final da produção de alimentos no Brasil. "O petróleo pesa muito no custo das lavouras brasileiras. Aí, eu me pergunto: e quanto não pesa o petróleo no custo de produção de alimentos de outros países que dele dependem muito mais do que nós?". O presidente referiu-se aos países que criticam a produção de biocombustíveis brasileira, mas se recusam a admitir que o preço do petróleo tem influência direta na alta dos alimentos. "É curioso: são poucos os que mencionam o impacto negativo do aumento dos preços do petróleo sobre os custos de produção e transporte dos alimentos". Lula voltou a pedir a revisão da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) que "permita aos países mais pobres gerar renda com sua produção e exportação".


fonte:
G1. economia e negócios

segunda-feira, 2 de junho de 2008

BRASIL E EUA DEFENDERÃO OS BIOCOMBUSTÍVEIS NA REUNIÃO DO FAO

O governo brasileiro tenta impedir que os biocombustíveis - dos quais o Brasil é um dos principais produtores mundiais - sejam considerados os grandes culpados da crise dos alimentos.

Os Estados Unidos também defenderão os biocombustíveis na reunião da FAO. O secretário americano da Agricultura, Ed Schafer, disse nesta segunda-feira em Roma que o custo da energia e o aumento do consumo mundial de alimentos seriam os principais fatores da crise.

Segundo Schafer, o governo americano acredita que os biocombustíveis correspondam a "menos de 3%" da alta do preço dos alimentos.



FONTE:
G1. Economia e Negócios

domingo, 1 de junho de 2008

LULA VAI A ROMA DEFENDER BIOCOMBUSTÍVEIS

Presidente participará de conferência sobre segurança alimentar convocada pela FAO.Ele deve aproveitar aportunidade para reforçar "ofensiva diplomática" a favor do etanol.



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou nesta sexta-feira (30/05/08) para Roma, onde assistirá à conferência sobre segurança alimentar convocada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), na qual voltará a defender o etanol.

Lula, que passará o fim de semana em Roma sem atividades oficiais, vai se reunir com autoridades convidadas para o encontro na segunda-feira e, no dia seguinte, fará um discurso na mesma conferência, que se estenderá até o dia 5.
O presidente brasileiro aproveitará a aportunidade para reforçar a "ofensiva diplomática" a favor dos combustíveis de origem vegetal e, especialmente, do etanol que o Brasil produz a partir da cana-de-açúcar.
Os biocombustíveis têm sido apontados como responsáveis pela disparada dos preços dos alimentos no mundo, o que levou a FAO a convocar a conferência extraordinária da próxima semana.
A crítica mais dura a esses combustíveis foi feita pelo relator das Nações Unidas, Jean Ziegler, que, em abril, pediu a paralisação imediata da produção deles.
A "ofensiva diplomática" de Lula a favor do etanol inclui uma Cúpula Mundial de Biocombustíveis, que acontecerá de 17 a 21 de novembro em São Paulo e para a qual já foram convidados representantes de centenas de países.



FONTE:


G1. O portal de notícias da globo





DISCUSSÃO SOBRE BIOCOMBUSTÍVEIS NÃO PODE TER ' MEIAS VERDADES', DIZ LULA



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (14/ 05/08) que a discussão em torno da produção de biocombustíveis e a elevação do preço dos alimentos no mundo não pode ser “truncada” ou “com meias verdades” por causa de interesses “eminentemente” comerciais.
"Não é justo, não é politicamente correto e não é socialmente correto. O mundo precisa desse debate", disse Lula, após encontro com a chanceler alemã, Angela Merkel, no Palácio do Planalto.
"Acho que precisamos, brasileiros e alemães, e todos os seres humanos que estão preocupados com o debate sobre bioenergia, ter um cuidado. Isso envolve interesses econômicos muito fortes", complementou.

Lula avaliou que o debate tem sido tratado como “tabu” porque as pessoas “têm medo do novo”. "Parece que é um tabu. Todo mundo assina Kyoto, redução de CO2, todo mundo sabe que advém do petróleo a maior quantidade de CO2 e todo mundo faz 'ouvido de mercador'. Se você tem alguns países que são responsáveis por 70% da emissão, no mínimo deveriam ser responsáveis por 70% de redução", cobrou.

Para ele, é preciso ter responsabilidade ao falar sobre uma suposta relação entre o aumento dos preços e a produção de biocombustíveis".

Todos nós temos uma responsabilidade. [A produção de biocombustível] vai ser o debate dos próximos, 10, 20 anos. Vai ter gente contra, gente a favor, fundamentalista contra, fundamentalista a favor. Vai prevalecer o bom senso, e o bom senso é que a humanidade não pode ficar dependendo do petróleo", afirmou.


Sheik
Bem-humorado, o presidente brincou com os jornalistas da Alemanha que cobriam o evento dizendo que, quando eles voltassem ao Brasil, em dez anos, ele seria um “sheik”, em função das descobertas de petróleo.

Mesmo assim, Lula ressaltou que vai levar adiante a “mesma política de biocombustíveis” por se preocupar com a questão ambiental.

FONTE:
G1. o portal de notícias da globo