sábado, 21 de junho de 2008

PRODUÇÃO DE ÁLCOOL CRESCE 6,15% NO INÍCIO DA SAFRA


Mais de 60% da cana colhida foram transformados em combustível.Para entidade, fator preço mantém demanda por etanol aquecida.

A produção de álcool cresceu 6,15% até 1º de junho na safra 2008/2009 no Centro-Sul do Brasil, e 61,61% da cana processada pelas usinas da região foram transformados em combustível. De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), até o início deste mês foram produzidos 3,21 bilhões de litros de álcool, ante 3,03 bilhões de litros de igual período de 2007/2008.
A produção do álcool hidratado cresceu 12,34% na comparação entre o mesmo período neste e no ano passado. Até 1º de junho de 2008 foram produzidos 2,25 bilhões de litros do combustível utilizado nos veículos a álcool ou "flexfuel", ante 2 bilhões de litros em igual período de 2007. A produção de anidro, misturado em 25% à gasolina, recuou 5,96% nos mesmos períodos avaliados, de 1,02 bilhão de litros no ano passado, para 964 milhões de litros este ano.

Mais barato
"A demanda do mercado interno na região Centro-Sul continua aquecida, com vendas mensais superiores a 1,5 bilhão de litros, somando-se os volumes de etanol anidro e o hidratado. Isso ocorre devido ao crescimento da frota de veículos flexfuel e a uma relação de preços favorável ao etanol, em comparação com a gasolina em quase todo o território nacional", justificou o diretor-técnico da Unica, Antonio de Pádua Rodrigues.

Somando-se anidro e hidratado, as vendas de etanol no mercado doméstico até o final de maio registraram aumento de 31,6% sobre o mesmo período em 2007. No caso do etanol hidratado, o crescimento foi de 43,6%, segundo a Unica. Já as exportações entre abril e maio somaram cerca de 600 milhões de litros de álcool, 59% superior ao volume embarcado no mesmo período da safra do ano passado.
Com mercado estocado e excedente mundial, a produção de açúcar em 2008/2009 somou 3,27 milhões de toneladas até o início de junho, 10,77% menor que as 3,66 milhões de toneladas do mesmo período no ano passado. Apenas 38,39% da matéria-prima moída nas usinas teve a produção de açúcar como destino, de acordo com a Unica.

FONTE: G1- Economia e Negócio

quinta-feira, 19 de junho de 2008

BIOCOMBUSTÍVEIS SÃO ARMA CONTRA CRISE ENERGÉTICA, DIZ COMISSÃO EUROPÉIA

Cúpula em Bruxelas busca soluções para alta de preços de petróleo e alimentos.


A Comissão Européia (CE) apresentará nesta quinta-feira aos líderes da União Européia (UE) dois documentos que sugerem que biocombustíveis como o etanol são armas importantes no combate à alta dos preços dos combustíveis e dos alimentos, desde que sejam produzidos de forma sustentável.


Os documentos fazem parte das propostas elaboradas pela CE para serem submetidas à cúpula de dois dias da UE que começa nesta quinta-feira em Bruxelas e que busca, entre outras coisas, adotar medidas para atenuar as conseqüências dos aumentos nos preços.


Entre as medidas sugeridas para enfrentar o aumento do preço do petróleo, o Executivo pede que os países membros "confirmem sua determinação de adotar, até o final de 2008, medidas legais para cumprir as metas européias para energias renováveis e biocombustíveis".


O texto, ao qual a BBC Brasil teve acesso, afirma que o objetivo europeu de ter 10% de participação de combustíveis biológicos no setor de transportes até 2020 é "essencial para melhorar substancialmente a eficiência energética e a diversificação de abastecimento" nos países do bloco.

FONTE: G1


CÂMARA APROVA MP QUE MUDA TRIBUTAÇÃO DO ETANOL


Incidência do PIS/Cofins será dividida entre produtores e distribuidores.Medida ainda tem que tramitar pelo Senado.



A Câmara dos Deputados aprovou na noite de terça-feira (17) a Medida Provisória (MP) 425 de 2008, que modifica a MP 413 do mesmo ano, sobre o novo regime de tributação do Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para a produção do álcool combustível (etanol).

A MP trancava a pauta de votação, e só foi aprovada após um acordo entre governo e oposição, que retirou requerimentos de obstrução.
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O texto prevê que a incidência do PIS/Cofins será dividida entre produtores e distribuidores de álcool, inclusive o usado como combustível, ao contrário do texto original, da MP 413, que previa os tributos nas usinas.

O setor alcooleiro passa a figurar no regime não-cumulativo do PIS/Pasep e da Cofins, permitindo o desconto de créditos apurados sobre o estoque existente até o fim de abril.

Opção
Além da tributação por alíquotas porcentuais incidentes sobre a receita, o deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da MP, manteve a opção pelo pagamento dessas contribuições com base no volume de álcool. No caso do distribuidor, as alíquotas serão de R$ 58,45 e de R$ 268,80 por metro cúbico de álcool, respectivamente, para PIS/Pasep e Cofins. O produtor e o importador pagarão R$ 23,38 (PIS/Pasep) e R$ 107,52 (Cofins) por metro cúbico de álcool.


A MP, no entanto, só entrará em vigor depois da regulamentação pela Receita Federal, o que ocorrerá após a aprovação definitiva pelo Congresso, ou seja, ainda terá de tramitar pelo Senado. Pelo texto, a vigência passa a ser o primeiro dia do mês seguinte ao da publicação de regulamento da Secretaria da Receita Federal sobre a instalação de equipamentos obrigatórios de controle de vazão no processo produtivo do álcool.


quarta-feira, 18 de junho de 2008

CHUVAS PODEM FAZER EUA COMPRAR MAIS ETANOL DO BRASIL

Opinião é de porta-voz de associação americana de comércio do biocombustível.


As chuvas que vêm castigando o Meio Oeste americano - a principal região produtora de etanol no país - e provocando a perda de vastas colheitas de milho poderão contribuir para que os Estados Unidos importem mais etanol brasileiro.

É essa a opinião de Matt Hartwig, porta-voz da Renewable Fuels Association (RFA), a associação americana de comércio para a indústria de etanol do país.

Em entrevista à BBC Brasil, Hartwig disse ser possível que os Estados Unidos passem a contar com ''uma crescente importação do etanol brasileiro".

"Historicametne, sempre que o mercado de etanol precisou de produtos, os importados entraram e competiram de forma muito eficaz'', disse ele.

O representante da associação comercial comparou a atual situação com a vivida em 2006, quando a indústria petrolífera eliminou da gasolina o aditivo MTBE e o substituiu pelo etanol.
Naquela ocasião, conta Hartwig, ''registramos um aumento do etanol importado do Brasil, de nações caribenhas e também de outras fontes''.

Subsídios e tarifas
A indústria do biocombustível nos Estados Unidos conta com generosos subsídios do governo e o produto brasileiro enfrenta uma sobretaxa de US$ 0,54 para entrar no mercado americano.
Hartwig afirma que mesmo que o mercado aumente sua demanda por etanol importado, a taxa cobrada sobre o etanol brasileiro não deve ser eliminada.

''A tarifa não é uma barreira para a entrada do produto brasileiro. Ela existe para prevenir que o contribuinte americano tenha de contribuir para um produto que já conta com pesados subsídios nas indústrias de outros países''.

O representante comercial acrescenta que ''certamente, os brasileiros fizeram um trabalho admirável em construir a sua indústria e nós os saudamos por isso. Mas a nossa posição é a de que não cabe ao contribuinte americano subsidiar esse desenvolvimento contínuo''.

Contrastes
O etanol americano é produzido à base de milho, enquanto que o biocombustível brasileiro é feito a partir da cana-de-açúcar.

Muitos analistas e até mesmo o Banco Mundial afirmam que o modelo americano de produção de etanol é mais nocivo ao meio ambiente e tem um peso maior sobre o preço de alimentos do que o modelo brasileiro, uma vez que o milho também serve de ração de animais de pasto, provocando também a alta de produtos de suínos e bovinos.

As enchentes provocaram a disparada do preço do milho, que atingiu US$ 8 o búshel (unidade de medida equivalente, no caso do milho, a 25,4 quilos), o preço mais alto já registrado na história.

Em um comunicado, o presidente da RFA, Bob Dinneen, afirmou que ''está claro que esta situação sem precedentes deverá fazer com que os preços já elevados de grãos permaneçam em alta, provocando mais sacrifícios às indústrias que dependem de milho e de outras colheitas''.

Fechamento de usinas
A situação se agravou ainda com o fechamento de duas usinas de etanol, provocados pelas chuvas. Os Estados Unidos contam com 154 usinas de etanol.

Matt Hartwig argumenta que ainda é cedo para definir quanto os Estados Unidos precisarão importar, uma vez que não se sabe por enquanto o pleno impacto das chuvas.

A Citi Investment Research, a unidade de pesquisas no mercado de ações do Citibank, disse que cinco plantas de porte médio foram fechadas devido à alta do etanol.

Segundo a agência, devido à alta do milho, os Estados Unidos poderão perder de 2 a 5 bilhões galões de sua capacidade de produção anual de etanol, que atualmente é de 8,8 bilhões de galões anuais.
Atualmente, os americanos importam entre 200 a 300 milhões de galões por ano de etanol.



FONTE: G1 -Economia e Negócio